Cuidados pré-natais é a designação pela qual é conhecida uma série de exames médicos feitos à futura mãe, nos meses que antecedem o parto, ou seja, durante o período de gravidez da mulher. A finalidade dos cuidados pré-natais é a deteção de problemas que existam ou que possam a vir a ocorrer. Durante a primeira metade da gravidez, os cuidados pré-natais dão ênfase à deteção de anomalias fetais e à identificação de alguns fatores de risco na história médica ou obstétrica da grávida.

Durante a segunda metade da gravidez, a ênfase é colocada na monitorização de vários parâmetros, sendo importante, se ocorrerem, detetar o mais cedo possível casos de tensão arterial elevada e de crescimento lento do feto (restrição intra-uterina do crescimento). As hemorragias antes do parto (perda de sangue através da vagina, em consequência da saída de sangue do interior do útero) podem ocorrer em qualquer altura; se isto acontecer, a grávida deve ser vista com urgência.

Perto da data prevista para o parto (DPP), é importante observar o abdómen da grávida para verificar se o bebé está bem ou mal posicionado. O bebé estará mal posicionado, ou seja, em posição errada para nascer, se estiver com a cabeça voltada para cima e os pés ou as nádegas para baixo, junto do colo do útero, sendo este o problema mais comum.

As análises de sangue de rotina são fão feitas com intervalos de tempo específicos e se a grávida necessitar de cuidados especializados – por exemplo, se tiver diabetes, gravidez de gémeos, epilepsia, doenças de sangue, anticorpos do fator Rh suscetíveis de atacar os glóbulos vermelhos do feto ou dependência de drogas ilícitas -, deverá ser seguida num serviço especializado. No hospital, a equipa técnica, que inclui médicos e enfermeiros, estará apto a dar-lhe todo o apoio necessário e o melhor acompanhamento possível.

Se a grávida não tiver nos seus registos clínicos anteriores e no seu historial de gravidez nenhum fator de risco, poderá ser seguida nas consultas de rotina do seu centro de saúde por uma enfermeira-parteira e um clínico geral. Esta opção parece ser eficaz, sob o ponto de vista clínico, como o acompanhamento feito pelo obstreta, e a maioria das mulheres prefere essa alternativa. Uma boa assistência médica, no que respeita aos cuidados pré-natais, é aquela em que os técnicos de saúde trabalham caso a caso, com cada mulher, individualmente, de acaordo com as suas necessidades pessoais. Esta assistência deve estar disponível localmente, com acesso a um especialista, se necessário. Por conseguinte, deve existir uma boa comunicação e intercâmbio de informação entre o centro de saúde local e o hospital, mediante um programa de consultas estandardizado. Isto permite a continuidade no acompanhamento médico e uma melhor consistência de dados, reduzindo a duplicação de cuidados prestados pelo hospital e pela comunidade. Cada hospital (maternidade) estabelece o seu próprio padrão de cuidados, mas à medida que as mulheres recebem esses cuidados podem contribuir com sugestões, para o tornar mais eficaz e eficiente para todos os utentes.

/// Nutrição – Revista Sauda+ nº27, Edição de Janeiro de 2018