“A incontinência urinária (I.U.) é uma situação patológica que resulta da incapacidade em armazenar e controlar a saída da urina.
É caraterizada por perdas urinárias involuntárias. Estas perdas apresentam-se de forma muito diversificadas. Podem ser desde fugas muito ligeiras e ocasionais, a perdas mais graves e regulares.”
Prof. Doutor Paulo Dinis, Presidente da Assembleia Geral APNUG

Quem sofre de incontinência urinária?

As mulheres são as mais afectadas pelas perdas de urina. Atualmente, 33% das mulheres e 16% dos homens, com mais de 40 anos, têm sintomas de incontinência urinária

A incontinência urinária afeta 20% da população com mais de 40 anos, o que significa que 1 em cada 5 portugueses acima dos 40 anos sofre de incontinência urinária.

Mais de 60 milhões de pessoas, em todo o mundo, sofrem de incontinência urinária.

Estudos realizados na população portuguesa apontam para a existência de 600 mil incontinentes nos diferentes segmentos etários.

Com o envelhecimento da população, a tendência será este número continuar a crescer. Entre os 45 e os 65 anos a proporção de casos de incontinência urinária é de 3 mulheres para cada homem. 50% das pessoas institucionalizadas sofrem de incontinência urinária.

Quais os fatores de risco para as mulheres?

“Os factores de risco podem ser predisponentes ou intrínsecos, como é o caso da raça, da predisposição familiar ou de anormalidades anatómicas e neurológicas. Podem ser factores obstétricos e ginecológicos, de que são exemplo a gravidez, o parto e a paridade, os efeitos laterais da cirurgia pélvica e radioterapia ou o prolapso genital. Ou podem ser factores promotores, como a idade, as co-morbilidades, a obesidade, a obstipação, o tabaco, as atividades ocupacionais, a ITU, a menopausa ou a medicação “
Profª. Doutora Teresa Mascarenhas, Vice-Presidente SPG

Causas

As perdas de urina têm diferentes causas, que podem ser apenas um problema temporário ou um problema mais persistente.

Entre as causas temporárias, encontramos:

• Ingestão de álcool, cafeína e outros diuréticos.

• Ingestão de líquidos em excesso.

• Infeções urinárias.

• Ingestão de bebidas gaseificadas, refrigerantes, frutas e sumos cítricos e adoçantes que sejam irritantes para a bexiga.

• Toma de medicamentos, nomeadamente para a pressão arterial, coração, gripe, constipação, assim como sedativos, antidepressivos, diuréticos e relaxantes musculares.

 

No caso das causas permanentes, encontramos:

• Enfraquecimento dos músculos da bexiga.

• Perda de estrogénios, depois da menopausa.

• Gravidez e/ou parto, com músculos do pavimento pélvico afetados.

• Cirurgias pélvicas e histerectomia (cirurgia de extração do útero).

• Cirurgias para o tratamento de doenças da próstata.

• Lesões neurológicas causadas pela diabetes, esclerose múltipla, Parkinson, AVC, tumores cerebrais e lesões na coluna.

• Síndrome da bexiga dolorosa (cistite intersticial).

• Cancro e pedras na bexiga.

Quem procura ajuda?

“Estima-se que apenas 10% dos doentes recorrem ao médico por problemas de incontinência. Os restantes, recorrem à automedicação ou à autoproteção.”
Prof. Doutor Paulo Dinis, Presidente da Assembleia Geral APNUG

Porquê procurar ajuda?

Atualmente, existem armas terapêuticas capazes de curar ou controlar a maior parte das situações. A incontinência urinária tem tratamento, sobretudo quando é abordada numa fase inicial.

Material de apoio ao incontinente.

São muitos os materiais de apoio ao incontinente que poderá encontrar na sua farmácia, desde fraldas para adultos, com diferentes capacidades de absorção, a pensos de várias dimensões.

Há, também, roupa interior, especialmente desenhada para o efeito. Lavável e reutilizável, utiliza-se de forma semelhante à de qualquer peça de vestuário íntimo.

Recuperação do bem-estar interior, e com ele da autoestima, do conforto e da segurança, são os objetivos de quem produz este tipo de produtos, que pretendem devolver ao incontinente a possibilidade de viver o seu quotidiano com total normalidade.